Diretor da Comissão de Saúde, Paulão do Caldeirão questiona critérios de regulação em visita ao Hospital de Campanha

A preocupação com a taxa de ocupação de leitos é geral na população feirense, que sempre com notícias de colapso se sente em desespero. Para poder sanar algumas dúvidas dos cidadãos e fiscalizar como está sendo feita a regulação e a taxa de ocupação, os vereadores da comissão de saúde da câmara de Feira de Santana visitaram o hospital de campanha da cidade.

Na manhã desta sexta-feira (12), Paulão do Caldeirão (PSC), Emerson Minho (DC) e Luiz da Feira (PROS) conversaram com a gestão do hospital, e questionaram principalmente os critérios usados na regulação de pacientes que estão em fila de espera para leitos.

“Muitas pessoas nos ligam pedindo socorro, e nos questionam. Acreditam que nós vereadores podemos conseguir muitas coisas, mas não podemos, quem faz isso são os gestores dos hospitais, nós como vereadores temos a obrigação de fiscalizar e colher informações para passar para a população, e é o que viemos fazer aqui”, explica Paulão.

Durante a visita, o vereador, levantou também a pergunta sobre a taxa de ocupação e se o hospital já está a ponto de “precisar escolher quem vive e quem morre”, nas palavras do edil.

Francinete Lobo, gerente operacional da unidade disse que a situação está à beira do colapso, mas que feira ainda não chegou a esse patamar. “A situação se agrava a cada dia e a população de feira vai contra as medidas, os bares cheios e as pessoas sem máscara. O hospital de campanha está com 85% dos leitos ocupados, e os de UTI já estão a 100%, não chegamos ao ponto de escolher quem vivo ou morre, mas a população e vocês como vereadores tem de alertar para isso, tem que se cuidar”, expões a gerente operacional.

A gestora informou que dos 18 leitos de UTI e 44 leitos clínicos, apenas 12 leitos clínicos estão desocupados no momento, e que mesmo com a previsão de mais 5 leitos de UTI que estão programados para serem abertos, o número é insuficiente para suprir a demanda que cresce a cada dia. “As pessoas estão indo em festas, não teve carnaval na rua, mas nas residências tiveram comemorações particulares, e 8 a 20 dias após a data, lotamos. Está saindo cinco e entrando dez, quando vaga um leito, automaticamente já é ocupado por outro que está na fila”, alerta.

Os edis indagaram também sobre o uso de capacetes respiradores e a quantidade desses aparelhos a disposição do hospital.

André Villas, coordenador do núcleo de fisioterapia da unidade respondeu as questões. “Feira de Santana foi a primeira do Brasil a implantar o uso dos helmets, ou interfaces, como são chamados esses aparelhos, e fomos felizes em constatar que de fato eles ajudam”, informa.

Villas explica também que a unidade conta com quatro unidades do aparelho e que mais oito foram compradas e estão para chegar. “A quantidade de interfaces que temos hoje no hospital é maior até que as clinicas particulares, e com a chegada dos oito novos aparelhos que foram comprados, teremos disponibilidade para um em cada leito de UTI”, relata.

Questionado pelos vereadores se o hospital de campanha oferece um tratamento fisioterápico pós-covid, André relatou que, durante o período internado, os 18 profissionais de fisioterapia fazem o tratamento e exercícios fisioterápicos em todos os pacientes duas vezes ao dia, mas que após a alta, não tem mais esse controle. “Nossos profissionais atendem duas vezes por dia a todos os pacientes, porem após a alta o paciente que necessita se recuperar dos danos causados aos pulmões precisa ir a outra clínica, aqui não temos essa disponibilidade”, discorre o doutor.

A comissão de saúde informou então que irá entrar com uma solicitação para que a prefeitura faça a implementação de uma clínica que ofereça o tratamento gratuito para a comunidade. “Muitos pacientes, após ter a covid, ficam com danos nos pulmões e precisam fazer fisioterapia para se recuperar, a prefeitura precisa oferecer esse tipo de tratamento de forma gratuita para o povo feirense”, opinou o vereador Luiz da Feira.

Segundo o gestor Geovane Oliveira é nítido que a faixa etária dos pacientes de Covid-19 vem caindo. “Pel0 dia a dia, é visível que a faixa etária dos contaminados estão diminuindo, antes atendíamos pessoas entre 60 a 70 anos, hoje já de 40 a 50, no início da pandemia não se atendia crianças por exemplo, hoje já tivemos pacientes de até dois anos de idade aqui”, conta Geovane.

A visita foi concluída com os agradecimentos da comissão aos profissionais de saúde e gestores do hospital de campanha, que “lutam uma guerra todos os dias”, nas palavras dos vereadores.

 

 

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